Qualidade de vida em Indígenas de uma cidade da Rota Bioceânica
Quality of life among indigenous people in a city on the Bioceanic Route
DOI:
https://doi.org/10.20435/inter.v26i0.5005Palavras-chave:
povos indígenas, Educação em Saúde, comportamentos relacionados com a saúde, Rota BioceânicaResumo
Os povos indígenas enfrentam desigualdades históricas que impactam sua saúde e qualidade de vida, incluindo dificuldades de acesso a serviços básicos, baixa escolarização e insegurança alimentar. Este estudo objetivou analisar a qualidade de vida dos povos indígenas urbanos da Província de Jujuy, Argentina. O estudo quantitativo transversal foi realizado com 42 adultos autodeclarados indígenas (18-60 anos) residentes em territórios urbanos. Utilizou-se amostragem não probabilística por conveniência. Os instrumentos incluíram questionário sociodemográfico e WHOQOL-BREF para avaliação da qualidade de vida. A análise foi realizada por estatística descritiva usando Excel e SPSS. A amostra apresentou média de idade de 49,76 anos (DP=13,21), sendo 66,7% mulheres. A maioria tinha ensino secundário completo (42,9%). Na avaliação da qualidade de vida, o domínio “Relações Sociais” obteve maior pontuação (M=3,88; DP=0,79), seguido pelo “Psicológico” (M=3,47; DP=0,58).
Itens críticos identificados incluíram baixa satisfação com a saúde (M=2,93), presença de dor física limitante (M=2,14), sentimentos negativos frequentes (M=2,19) e insuficiência financeira (M=2,26). O estudo evidenciou que fatores como dor física, sentimentos negativos, insatisfação com a saúde e limitações financeiras impactam negativamente a qualidade de vida dos participantes. Os achados reforçam a necessidade de políticas intersetoriais que considerem as especificidades socioculturais desta população, visando a promoção do bem-estar físico, emocional e social.
Referências
ALMEIDA, M. L.; SANTOS, A. C. Dor crônica em populações vulneráveis: implicações para a prática clínica. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 73, n. 2, e20190687, 2020.
ALMEIDA, R.; ROSA, D. Racismo estrutural e os desafios da atenção à saúde dos povos indígenas na América Latina. Revista Latino-Americana de Saúde Coletiva, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 45–59, 2021.
ALVES, R. C.; FERREIRA, M. A. Redes de apoio e resiliência em comunidades indígenas urbanas. Revista Psicologia & Sociedade, São Paulo, v. 33, n. 1, e022015, 2021.
BORGES, G. A. et al. Barreiras de acesso à saúde entre povos indígenas: uma revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 27, n. 9, p. 3573–90, 2022.
BORTOLOTTO, C. C.; MORAES, P. L; PEREIRA, V.H. Determinantes sociais da saúde e qualidade de vida em populações indígenas urbanas. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 56, n. 1, p. 112–24, 2022.
GENTILE, L.; NÚÑEZ, M. Alimentação e vulnerabilidade em populações indígenas urbanas da Argentina. Revista de Nutrição e Saúde Pública, Campinas, v. 28, n. 1, p. 102–15, 2023.
GONZÁLEZ, S.; BARRIENTOS, A. Determinantes psicossociais da saúde mental em populações indígenas urbanas. Salud Colectiva, Buenos Aires, v. 18, n. 1, e1432, 2022.
INSTITUTO NACIONAL DE ASSUNTOS INDÍGENAS [INAI]. Registro Nacional de Comunidades Indígenas. Buenos Aires: INAI, 2024. Disponível em: https://www.argentina.gob.ar/inai. Acesso em: 7 jun. 2025.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTADÍSTICA Y CENSOS [INDEC]. Censo Nacional 2022 – resultados preliminares sobre Pueblos Indígenas. Buenos Aires: INDEC, 2022.
MIRANDA, A. C.; LOZANO, F. G. Determinantes sociais da saúde e comportamentos preventivos em povos indígenas urbanos. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 32, n. 1, e220745, 2023.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS [ONU]. Assembleia Geral. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Nova Iorque: ONU, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/sites/default/files/2020-09/agenda2030-pt-br.pdf. Acesso em: 12 out. 2025.
PASCHOAL, T.; CUNHA, R. A. Validade transcultural do WHOQOL-BREF em populações indígenas. Revista Latino-Americana de Psicologia, Bogotá, v. 53, n. 2, p. 235–48, 2021.
PÉREZ, L.; SANTILLÁN, M. A transição epidemiológica e alimentar entre povos indígenas urbanos: implicações para a saúde pública. Revista Argentina de Saúde Pública, Buenos Aires, v. 12, n. 3, p. 119–28, 2021.
SANTOS, R. M.; OLIVEIRA, T. A. Representatividade de gênero em pesquisas populacionais de saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 25, n. 1, e220013, 2022.
World Health Organization [WHO]. WHO guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Geneva: WHO, 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Natanael dos Santos de Araújo, Antonio Jose Grande, Maria Inês da Rosa, Edson da Costa Eduardo, Luciane Bisognin Ceretta

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.